Ao MPF deputada Dandara pede fiscalização da exploração do lítio no Vale do Jequitinhonha

junho 22, 2023

Diante do início da exploração de lítio pela mineradora canadense Sigma Lithium na Grota do Cirilo, localizado nos municípios de Araçuaí e Itinga, no Vale do Jequitinhonha (MG), a deputada federal Dandara Tonantzin apresentou uma representação ao Ministério Público Federal que pede a fiscalização sobre o repasse dos royalties da exploração mineral aos municípios afetados e a consulta prévia, livre e informada às comunidades quilombolas da região.

Leia abaixo:

“Sabemos que o lítio é um dos metais mais valorizados e estratégicos do mundo para a descarbonização do setor automotivo uma vez que é insumo para a fabricação de baterias para veículos elétricos e para sistemas de armazenamento de energias renováveis. Se 8,5% da reserva mundial deste mineral encontra-se no Brasil, queremos assegurar que o Estado acompanhe de perto esse processo para garantir os repasses da compensação financeira da extração aos municípios e a consulta às comunidades tradicionais dessa região sobre os impactos dessa exploração. Com o projeto ‘Vale do Lítio’, o governador Zema está abrindo a região para a mineração do lítio visando o mercado estrangeiro. Não podemos deixar que Zema faça negócio com o patrimônio ambiental brasileiro através de um projeto predatório, travestido de desenvolvimento”, disse a parlamentar.

Como uma das regiões com maior concentração de comunidades quilombolas do país, a deputada observou que os povos indígenas e comunidades tradicionais dessa região devem ser consultados e informados. A falta de consulta prévia, livre e informada constitui uma violação nos termos da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), já que a consulta é um direito fundamental das comunidades quilombolas. Em Araçuaí, as comunidades afetadas atingidas são Giral, Malhada Preta e Córrego do Narciso do Meio, que possuem mais de 130 nascentes de rios. “A proteção dessas comunidades e a preservação dessas nascentes é crucial para a sustentabilidade ambiental e o fornecimento de água para toda a região”, pontuou Dandara. A parlamentar reforçou que, para além da importância econômica do mineral, é fundamental que o Estado assegure que as benesses da exploração fiquem no território. “Nosso mandato recebeu inúmeras denúncias de moradores e movimentos sociais da região que são contrários à exploração não regulada do lítio. O minério, no Brasil, é um bem da União. Por isso, queremos mais transparência sobre como está sendo feito o pagamento mensal dos royalties do mineral como compensação financeira aos municípios onde iniciaram as explorações. O Vale do Jequitinhonha não pode ficar com os empregos de menor qualificação, de menor rentabilidade, de menor remuneração e somente com o rastro da exploração. Queremos que os recursos provenientes dos royalties sejam destinados prioritariamente ao desenvolvimento das áreas de mineração, com foco na melhoria da infraestrutura, saúde, educação, preservação ambiental e qualidade de vida das comunidades afetadas. O Vale é do povo do Jequitinhonha e não do lítio”, declarou a parlamentar.

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