Como parte do Plano de Recuperação Fiscal (PRF) enviado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no início da semana, o governador Romeu Zema anunciou que irá apresentar uma proposta de duas recomposições inflacionárias de 3% cada uma para os servidores públicos mineiros nos próximos nove anos, até 2032. A proposta leva em conta a projeção da inflação para os anos de 2024 e 2028. Diante disso, a deputada federal Dandara enviou um ofício a Zema, questionando a proposta, que considera pífia, tendo em vista o recente aumento do próprio salário do governador e do secretariado do governador em mais de 300%. Além disso, a parlamentar questionou sobre o prazo que a proposta será submetida à Assembleia Legislativa de Minas Gerais e requereu a revogação da Lei Estadual que elevou o salário de Zema em 357,99%.
“Essa proposta configura, na verdade, um congelamento do salário dos servidores públicos. Afinal, de acordo com auditores fiscais do Sindifisco/MG, em 2022, a inflação foi de 5,8%; a de 2023, caminha para 5%. O que ele chama de reajuste está abaixo da inflação. Além disso, no caso dos professores, fica a pergunta: para onde vai o dinheiro do Fundeb, que seria para realizar o pagamento do piso salarial nacional e um reajuste decente? Os dados do Sind-UTE de Minas Gerais mostram que o saldo do Fundeb de R$4,1 bilhões seria suficiente para pagar um reajuste de 27,46% para toda a categoria da Educação. Ele ainda quer criar um teto de gastos estadual, privatizar a Copasa e a Cemig, que vai encarecer o preço dos serviços públicos e elevar o custo de vida da população. Tudo vai ficar mais caro e com a piora da qualidade. Quem paga na ponta é o povo”.
