Dandara quer a criação de um grupo de trabalho interministerial para elaborar um protocolo de combate ao racismo nas escolas

novembro 10, 2023

Diante dos recorrentes casos de discriminação racial contra estudantes negros em Uberlândia, a deputada federal Dandara (PT/MG) encaminhou um ofício ao Ministério da Igualdade Racial (MIR), ao Ministério da Educação (MEC) e aos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) solicitando a criação de um grupo de trabalho interministerial para elaboração de um protocolo de prevenção e enfrentamento ao racismo nas escolas públicas e privadas.

“O acordo compensatório, assinado entre o Procon e o Colégio Nacional, diante de um caso de racismo foi uma vitória muito importante. Mas o que faremos diante de outros casos que, infelizmente, virão? É urgente avançar em uma legislação nacional que institua diretrizes para prevenir e combater casos de preconceito, intolerância, injúria ou discriminação racial nas instituições de ensino, públicas e privadas, contra crianças e adolescentes. Há uma bibliografia extensa sobre educação para as relações étnico-raciais capaz de subsidiar o desenho dessas medidas que visem o combate do racismo, das discriminações e de reconhecimento, a valorização e respeito das histórias e culturas afro-brasileira e africana. Essas diretrizes precisam estar explícitas nos estatutos, regimentos, planos pedagógicos e planos de ensino das escolas”, afirmou Dandara.

A proposta da parlamentar segue o exemplo do já bem sucedido grupo de trabalho interministerial para o enfrentamento da violência nas escolas, criado por decreto do Executivo em abril. “A criação de um protocolo nacional de prevenção e enfrentamento ao racismo nas escolas precisa ser construído a muitas mãos. É preciso educar nossas crianças para um mundo onde a diferença e a diversidade sejam valores. Toda vez que uma criança negra sofre racismo, as consequências são para toda sua vida. Sua dignidade e sua subjetividade são feridas. É papel da escola garantir um ambiente de aprendizagem saudável e com respeito à diversidade para seus alunos. Por isso, a comunidade escolar deve estar apta a atuar na prevenção, enfrentamento e recuperação e preparada para responder aos eventos de discriminação e intolerância para que não mais aconteçam”, aponta Dandara.

A deputada também requereu ao Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado de Minas Gerais que os responsáveis pelos atos racistas, ocorridos em Uberlândia, sejam identificados e punidos, cível e criminalmente.

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