Em uma agenda extensa pela capital e região metropolitana de Belo Horizonte, a parlamentar participará de encontros e eventos nas cidades de Ouro Preto, Itaguara, Mariana e Contagem
A deputada Dandara Tonantzin (PT/MG) esteve em Belo Horizonte participando do debate “Lei de Cotas – os desafios do presente” sobre a continuidade das ações afirmativas no país. A parlamentar, que hoje é relatoria da revisão lei de cotas (PL 5384/2020) na Câmara Federal, participou da discussão no auditório máximo da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), às 17h30, ao lado da deputada estadual Andreia de Jesus (PT/MG), da vereadora Iza Lourença (PSOL/BH) e representantes da União Nacional dos Estudantes e da Federação Nacional de Estudantes de Direito.
A Lei de Cotas (12.711/2012) determinou que as universidades e institutos federais destinassem metade de suas vagas para estudantes que tenham cursado o Ensino Médio em escolas públicas, com aplicação de reserva destinada a negros, indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência e com recorte de renda. Agora, depois de dez anos, o texto prevê que seja realizada uma revisão da lei.
“Assumir a relatoria da Lei de Cotas para defender a continuidade e ampliação dessa política afirmativa é uma grande responsabilidade e, acima de tudo, um compromisso histórico com aqueles que vieram antes de nós. A luta da Lei de cotas começa em 1930 com a Frente Negra Brasileira, com Teatro Experimental do Negro, Abdias Nascimento, um dos pioneiros do movimento negro do país. Foram quase cem anos de luta para garantir esse importante instrumento de reparação histórica e que garantisse a formação de uma intelectualidade negra no nosso país”, destaca Dandara.
Dandara Tonantzin tem 29 anos e é a mais jovem negra deputada federal (PT/MG). Faz parte da nova geração de lideranças políticas que ocupa a Câmara Federal em uma legislatura com a maior diversidade de raça e gênero da história. Pela primeira vez na história uma deputada federal cotista na graduação e na pós graduação assume a relatoria da lei.
Na segunda-feira (03), a deputada também participou do lançamento do Relatório das Políticas Afirmativas da UFMG, organizado pelo professor Rodrigo Ednilson de Jesus, coordenador da comissão permanente de ações afirmativas e inclusão na UFMG.
Encontro com entidades do movimento negro e lideranças partidárias
Em uma agenda extensa pela região metropolitana de Belo Horizonte, a parlamentar também participou de um encontro com diversas entidades nacionais do movimento negro brasileiro. Na sexta-feira (31), às 19h, no Armazém do Campo, a parlamentar reuniu com representantes da União de Negras e Negros Pela Igualdade (UNEGRO), do Movimento Negro Unificado (MNU), dos Agentes Pastoral Negros do Brasil (APNS), do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (CENARAB), da Educafro, do Quilombo Manzo, da OAB Mulheres Negras, professores e professoras referência no debate sobre política de ações afirmativas, lideranças negras, movimentos sociais e parlamentares estaduais do PT de Minas Gerais.
“Vamos construir esse novo texto em conjunto com as organizações do movimento negro, organizações indígenas e quilombolas, movimento estudantil, pessoas com deficiência e o conjunto da intelectualidade negra. É um fato histórico ter uma cotista da graduação e pós-graduação assumindo a relatoria da lei de cotas na Câmara Federal. A nossa luta é pela garantia da continuidade e ampliação da lei para que outros de nós possam também acessar a Universidade. Queremos garantir a consolidação dessa política até que tenhamos a mesma proporção de negros da sociedade na universidade” aponta a parlamentar.
A deputada também destaca a importância da garantia das políticas de permanência para a continuidade da Lei de Cotas. “Para nós, é muito importante o fortalecimento de políticas de permanência, que são fundamentais para democratizar o acesso à universidade. Se pela primeira vez, em 2018, de acordo com o IBGE, matrículas de estudantes pretos e pardos nas universidades públicas no Brasil ultrapassaram a de brancos, agora é preciso garantir que esses estudantes concluam o curso. E os cortes orçamentários dos últimos quatro anos nas políticas de permanência, tão importantes para auxiliar os estudantes com gastos com livros, transporte, moradia e alimentação, precisam ser revertidos”, finaliza.