A iniciativa de transformar o Ile Ase Omi Alaafin Baru Oba Ina no primeiro terreiro a se tornar museu em Minas Gerais foi idealizada pelo Babalorisa Edilson Ty Sango, de Tupaciguara (MG), em parceria com o Secretário de Cultura e Turismo do Estado de Minas Gerais Leônidas Oliveira .
O projeto está sob a coordenação do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA), com liderança de Adriano Maximiano, diretor de Proteção e Memória do IEPHA, e Superintendência de Museus e Bibliotecas de Minas Gerais. O trabalho conta ainda com o apoio de Itallo, superintendente Museus fortalecendo as ações de preservação e valorização dessas importantes referências culturais.
O evento em Uberlândia, Minas Gerais, que reuniu lideranças religiosas, especialistas em patrimônio e representantes da sociedade civil, teve como objetivo traçar estratégias para garantir a valorização, preservação e visibilidade desses espaços sagrados, sendo pilares da história e da resistência cultural do povo afrodescendente.
Durante o encontro, Dandara destacou a importância de um plano museológico que respeite as particularidades e os valores simbólicos dos terreiros, ressaltando que eles são mais do que espaços de fé: “São territórios de memória, saberes, ancestralidade e luta. Preservá-los é combater um epistemicídio que continua perpetuando há séculos”, disse.
Dandara, que tem atuado fortemente na articulação de políticas públicas voltadas à cultura, reforçou a necessidade de um diálogo constante entre os gestores públicos e as comunidades tradicionais: “A salvaguarda do nosso patrimônio começa com o reconhecimento da riqueza que carregamos em nossas raízes. Nesse novembro negro fechamos com chave de ouro, demos um passo importante para a valorização da memória no Estado de Minas que servirá de norte para todo pais”, pontuou.
O IEPHA apresentou ferramentas e metodologias para a elaboração dos planos, destacando o papel das comunidades no processo. A iniciativa faz parte de um esforço mais amplo para incluir as casas e terreiros de matriz afro-religiosa nas políticas de preservação do patrimônio imaterial em Minas Gerais.